Um dos mais importantes Sociólogos do século 20 ainda está vivo e completa 100 anos: trata-se de Edgar Morin.
Origem e Formação Acadêmica
Nascido em 8 de julho de 1921, em Paris, França, numa família judia, e com o sobrenome Nahoum, Edgar Morin é uma figura central na Filosofia, Sociologia e Pedagogia contemporânea. Sua vida acadêmica é marcada por uma formação multidisciplinar, incluindo uma juventude na Resistência Francesa, lutando contra os nazistas (onde adotou o sobrenome de guerra Morin). Após a Guerra, estudou no Centre national de la recherche scientifique (CNRS). Essa formação e contato com Filósofos, Pedagogos, Antropólogos e demais cientistas da França dos anos 50 proporcionaram uma base sólida para seu pensamento.
Transdisciplinaridade como Pilar Educacional
Edgar Morin enfatiza a importância da transdisciplinaridade na educação, defendendo a ideia de que as fronteiras entre as disciplinas não devem ser rígidas. Em “Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro” (2000), Morin explora como abordagens que integram conhecimentos, demonstrando que elas enriquecem a compreensão dos alunos, instrumentalizando-os em habilidades múltiplas, para desafios complexos.
Complexidade na Aprendizagem
Morin propôs novas perspectivas sobre os múltiplos processos de aprendizagem. Essa teoria pode ser lida em “A Cabeça Bem-Feita” (2000). Na obra, ele destaca a necessidade de cultivar um senso cognitivo capaz de lidar com incertezas e a multiplicidade de informações. Sua visão desafia a lógica tradicional, e propõe as bases do que hoje entendemos como metodologias ativas de ensino e aprendizagem.
A Importância da Educação para a Cidadania
Outro ponto relevante de sua obra é no que concerne à formação cidadã. Morin destaca a relevância da educação nesse sentido em “Ensinar a Viver: Manifesto Para Mudar a Educação” (2014). Na obra, o autor explora possibilidades da educação como modo de moldar uma consciência sólida para a cidadania, capacitando os indivíduos a participarem construtivamente na sociedade. Sua abordagem enfatiza a necessidade de uma visão mais ampla e integradora da educação, a fim de incentivar a responsabilidade social e participação crítica.
Abordagem Humanista na Educação
Defendendo uma relação mais humanizada e humanizadora entre a formação intelectual e a vida prática, Morin propõe um ensino que valorize não apenas a esfera intelectual, mas também as esferas emocional e ética. Tais acepções são debatidas na série “O Método” (2005). Conceitos como empatia e solidariedade são apontados como bases para relações humanas mais justas.
Reflexões sobre a Interioridade Humana
Outro ponto de relevância no pensamento de Morin está nas suas visões acerca da interioridade humana. Sua visão abarca, também, a importância da introspecção e análise dos traumas, no processo pedagógico. Em “Meus Demônios” (1995), o filósofo convida os educadores a considerar a importância não apenas do desenvolvimento intelectual, mas também a saúde e gestão emocional dos alunos como parte integrante da aprendizagem.